“Universidades deviam incluir a Cultura no curso de Comunicação Social”, adverte Jomo Fortunato
Durante o programa radiofónico da LAC, cujo formato é de uma conversa sem moderador, o crítico literário e jornalista cultural falou sobre a importância da Cultura na vida de uma sociedade.
REDACÇÃO
Estas palavras foram proferidas nesta quarta-feira, 13, durante o “Conversa a Dois”, no qual os convidados do mês são o vice-presidente da Fundação Sindica Dokolo (FSD), Fernando Alvim e Jomo Fortunato, presidente do Memorial Dr. António Agostinho Neto.
Segundo o crítico literário, o curso de Comunicação Social nas universidades angolanas, deviam incluir a palavra cultura. “Nós temos vários cursos e estes deveriam ser chamados de “Comunicação Social e Cultura”. E os seus conteúdos podiam seleccionar aspectos ligados a nossa Cultura, sobretudo aqueles com os quais os jornalistas trabalham”, frisou o responsável, acrescentando que o continente africano deve prestar mais atenção a música, o teatro e a dança, sem desprimor da investigação.
Na mesma senda, o artista plástico referiu que para alguém ser culto, deve dominar a Cultura. “Se não fores suficientemente culto, não podes inventar a palavra ‘comunicação social’. Em França, o Ministério da Cultura chama-se “Ministério da Cultura e Comunicação”. Porque, através da Cultura se comunica melhor. Penso que o Ministério da Cultura e da Comunicação Social (de Angola) deveriam estar ligados ao Ministério de Administração do Território – MAT”, propôs Fernando Alvim.
PNUD
Relativamente a este programa, Fernando Alvim questionou os seus estudos realizados em Angola. “Acho estranho que o Programa das Nações Unida para o Desenvolvimento – PNUD, ainda não veio à Trienal de Luanda pedir explicação sobre como se faz o desenvolvimento em tempo de crise. E a Trienal deu trabalho directo a 43 pessoas, durante 2 anos de crise terrível”, declarou o vice-presidente FSD, esclarecendo que a Fundação conseguiu angariar 4 milhões e meio de dólares, proveniente de quatros parceiros.
Acrescenta ainda que se o PNUD quiser aprender a distribuir riqueza, pode contar com ajuda da Trienal. “Porque, as pessoas que dirigem a Trienal não acumularam capital, porém, outras pessoas acumularam. Não compreendo a existência desta ou doutras instituições em Angola que não se dignam em aprender um pouco a gerir, não só a questão cultural, mas também a própria vida que nos é imposta, sem nenhum tipo de afecto”, rematou.
Fonte: Marimba Seletu